The Shadow Hunter

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Keep it Simple

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Sonho

Desde meus dias de criança eu caminho numa busca constante por significado. Percorri infindáveis milhas de estradas sinuosas e acidentadas, tentando achar a direção do centro, onde acreditava estar a resposta. Em certo momento recente encontrei um lugar vazio, escuro e silencioso. Minha bússola marcava que finalmente eu havia chegado ao meu destino. Olhei ao redor esperando ver alguma luz, mas após girar diversas vezes sobre o mesmo ponto, dei-me conta de que aquilo era tudo.  

Não pude acreditar que era somente aquilo. Eu vagara em busca do cerne da minha própria essência, e aquilo era só o que eu haveria de encontrar. Gritei minha dor e revolta com toda a força que possuia, mas nada era capaz de perturbar aquele estranho silêncio.
  
Sentei-me e olhei ao redor, buscando mais uma vez por algum sinal, mas nada percebia além de profundo vazio. Podia sentir apenas a mim mesmo. O calor do sangue em minha veias. O ar resfriando o meu peito a cada inspiração.  A ligeira aura de calor quando eu expirava.

Fiquei assim por algum tempo, sem lembranças, sem memórias. Somente eu. As minhas expectativas e desejos foram se dissolvendo sem que eu percebesse. A paz que eu não tinha antes se apoderou de minha consciência de uma forma sutil e irreversível. Em certo ponto, já não mais sabia se estava consciente ou inconsciente, se estava só ali sentado ou se disperso em toda parte.

Sentindo uma segurança sem igual, senti vontade de criar alguma imagem. Foi quando, então, eu me vi parado em um pátio costruído em granito bruto. Estava vestido em um robe bege e carregando um cajado com uma esfera de cristal opaco na ponta.

Algo que eu senti intuitivamente estava lá. Algo que independia de meu desejo de criar aquele microcosmo de imaginação. Um inimigo. O mais poderoso que eu jamais encontraria. Suas formas fluiam como o vento. Seu corpo era enorme e seu hálito era de fogo.
   
Sem pensar ou temer, apontei a esfera do cajado em sua direção e deixei vir aquela sensação aprendida ao estar sentado no centro de tudo. O Dragão se atirava em minha direção, serpenteando e cuspindo fogo. Da esfera então fluiu um jato de energia contínuo, que o atingiu em cheio ao mesmo tempo em que tive de saltar para não ser consumido pelas chamas das baforadas. Estranhei o quanto meu salto era fabuloso. O espaço e a gravidade não me prendiam, tão quanto não me abandonavam. Para cada investida do Dragão eu executava uma manobra evasiva. A cada vez que eu aterrisava, disparava um jato de energia contínua por alguns instantes. O jato causava um empuxo fortíssimo, exigindo que eu segurasse minha arma com firmeza. Após uma sequência de investidas, o Dragão começou a girar em seu próprio eixo desordenadamente até que se desfez explodindo em pedaços. Meu inimigo finalmente caíra.

Acordei hoje pela manhã e agora parece que tudo faz sentido!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

"Lógica de Modelo vs. Lógica de Desenvolvimento"

Link para o VIDEO - "Dois Pontos - Lógica de Modelo vs. Lógica de Desenvolvimento".

Este link acima é uma indicação para um video a respeito das formas de pensamento ocidental e oriental, bem como de suas interfaces. Leo Imamura fala sobre este tema no programa dois pontos, da iniciativa Psicológica.Tv.

Os nossos pressupostos e padrões de pensamento por muitas vezes são tomados como a única e verdadeira forma de observar, pensar e interagir sobre a realidade. A maioria de nós sequer se dá conta disso. A eficácia, o planejamento, o drive to achieve de nossa cultura são pontos relevantes nos quais o discurso nos leva a refletir. O contraponto está numa forma de pensamento que considera a alteridade e a ação indireta sobre as condicionantes de um efeito como o caminho para alcançar a eficácia. O próprio conceito de eficácia em si é algo que o tema leva a refletir.

Além de tudo, o palestrante no vídeo é alguém que tenho a honra de chamar de Mestre.
Vale a pena mesmo. Confiram!